A história começou no sonho da maternidade, quando casal resolve que chegou o tão sonhado momento de ser pais, decidem deixar o anticoncepcional, e espera que seja breve, e realmente aconteceu dessa forma, dois meses e a gestação veio, uma grande alegria que durou pouco tempo, uma perda gestacional 2 dias após o tão sonhado positivo. Vários exames, tempo de espera até a próxima tentativa e a ovulação deixa de acontecer, 04 meses sem ovulação e a ansiedade e a preocupação tomam contam. Assim junto com o médico começo o tratamento com Clomid, a ovulação regulou, porém no primeiro mês nada de positivo, e no segundo então aconteceu, o mais lindo positivo, porém dois dias após um grande sangramento e descubro que o bebê não está no local adequado, bem próximo ao útero, porém não está nele. Mas uma adversidade, o médico orienta aguardar até a 08 semana e rezar para o crescimento do feto acontecer rumo ao útero, com 6 semanas escuto o coração tão forte e numa bela batida, o coração enche de alegria e tristeza, o sonho tão perto e ao mesmo tempo tão longe, com 7 semanas e 4 dias tenho hemorragia interna a trompa se rompeu, e assim tenho que passar por uma cesariana de emergência com a reposição de sangue, tudo muito delicado e difícil, pois minha cidade não tem recursos e preciso me deslocar quase 400 km pra frente. Ainda sonolenta da anestesia, escuto uma médica que me diz que não terei uma gestação natural novamente, perdi as duas trompas, pois havia restos de feto na outra tbm.
Em busca de alternativas conheci a opção de ser doadora de óvulos para ajudar nos custos do meu tratamento. Pouco tempo após entregar os exames e as fichas para ser doadora na Humana Medicina Reprodutiva em Goiânia, fui chamada, apesar de conhecer pouco do mundo da FIV fui muito acolhida e bem recepcionada por toda a equipe. Fiz a estimulação e apesar do ovário direito não responder ao tratamento foi possível coletar 18 óvulos maduros, destes fiquei com 9 e tive a felicidade de 7 chegarem a blastocisto. Que alegria meu coração ficou, tudo seguia tão bem… Mas cada etapa nesse processo e doloroso, e por mais apoio que se tenha as vezes parece caminhar sozinho, e que ninguém consegue compreender a dimensão de se agarrar tanto a chance que se tem.
Fiz a transferência em setembro de 2019, após o tratamento por uma mal compreensão não dei continuidade aos remédios, assim no D10 perdi meus “bebês”, me senti muito culpada e entrei no poço, sendo difícil sair de lá, após muita terapia e acolhimento familiar, resolvi juntar tudo que tinha para uma nova tentativa em 2022, agora em setembro passei por uma nova transferência, com a implantação de 2 blastocisto, com todo o cuidado para fazer o certo, toda a medicação, inclusive o uso de progesterona injetável, pois o nível estava abaixo de 10 no dia da implantação e com o coração cheio de esperança aguardei o tão sonhado beta, mas infelizmente não obtive o positivo. Não sei como caminhar depois dessa, se continuo, se paro, se abro espaço para outros sonhos, estes que ainda não sei quais são, tudo hoje são dúvidas e interrogações, mas também agradeço a Deus por ter tido a oportunidade de tentar, pois sei que se não tivesse feito essas tentativas estaria presa num lupin de “E SE”.
Espero que as respostas venham e eu fique em paz com as minhas decisões, e espero que cada tentando consiga achar a sua felicidade, independente da forma como ela lhe seja apresentada.