Aos 31 anos tive uma gravidez tubária que resultou em uma cirurgia com retirada das 2 trompas.

Após a recuperação da cirurgia, fiz os exames e estando tudo aparentemente certo, iniciei o tratamento hormonal com um protocolo inovador e que prometia menos efeitos colaterais, ja que a dosagem era menor com boas taxas de captação.

Tive 14 óvulos.
Fui orientada a congelar os embriões e implantar no próximo ciclo.
Congelei os 5 embriões, 3 de quarto dia e 2 de sexto dia.

Nao fiz análises genéticas dos embriões porque segundo os médicos nao havia necessidade pela minha idade e por ja ter tido uma gravidez espontânea.

Tive reação após a coleta dos óvulos, que nao chegou a ser um hiperestimulo. Não pude implantar naquele ciclo seguinte.

Depois descobri septo uterino, retirei mioma e agora investigo endometriose que nao existia antes da primeira gravidez. Cada hora um evento impedia a transferência.

Pesquisei se as tubas obstruídas seriam efeitos do anticoncepcional por tantos anos, se era genético ou consequencia de infecção. Sem conclusão. Mas também nao importa o motivo.

E a vida foi desandando, sem motivação e senso de futuro.

Levei 4 anos até admitir que tinha um luto e fazer terapia. Foi ficando mais distante.

Tive que me redescobrir como indivíduo primeiro, seguir meus projetos pessoais e fortalecer autoestima. Provar pra mim mesma a minha capacidade de criar qualquer coisa sem precisar necessariamente gestar.