Quando resolvi engravidar estava com 31 anos e meu marido 33. Achávamos que tínhamos o tempo todo pela frente e que seria rápido, já que aparentemente éramos saudáveis. Acabei viajando, resolvendo algumas pendências e resolvi adiar alguns meses. E depois começou a pandemia e resolvi esperar por medo da Covid. Como vi que a pandemia não dava trégua resolvi arriscar mesmo assim. Parei o anticoncepcional em junho de 2020, com 32 anos. Meses se passaram e nada. Fui em um ginecologista que não me ajudou nem um pouco, pois ainda não tinha um ano de tentativas. Passou apenas exames de rotina para mim e um espermograma para meu marido. Com um ano e três meses de tentativas sem sucesso, e após dinheiro gasto com vitaminas inúteis e testes de ovulação, meu marido finalmente resolve fazer o espermograma. Resultado: 3,5 milhões por ml. O ginecologista apenas nos encaminhou para um urologista, sem pedir exames detalhados para mim (o que achei péssimo). O urologista descobriu a varicocele moderada. Meu marido nem imaginava que tinha isso. Nos recomendou consultar com um especialista em reprodução antes de pensar em cirurgia, o que eu já estava pensando em fazer, pois já pesquisava e lia muito sobre o assunto.
Brigamos algumas vezes, pois ele não aceitava fazer o tratamento. Mas no fim ele aceitou.
Em janeiro de 2022 tive minha consulta com doutor Jorge Barreto, do Ceferp de Ribeirão Preto e já amei de cara. Ele não recomendou a cirurgia pois o espermograma era muito abaixo do esperado e perderíamos muito tempo, pois eu já estava com 33 anos.
Fizemos os exames que ele passou, inclusive histerossalpingografia que nem havia feito ainda, e descobri uma das trompas obstruídas. Mas de toda forma, por causa do espermograma o tratamento seria logo FIV. Eu tinha a reserva boa, com 13 foliculos antrais e AMH 1,97, o que ajudava. Fui meio que encaminhada para Dra Camila Vidal na clinica, pois dr Jorge só fazia a consulta inicial. Achei estranho mas gostei muito da dra Camila, ela me ouve e me entende bem.
Em março fiz minha coleta de óvulos, com 15 óvulos coletados, sendo 10 maduros. Fertilizaram 8 com super ICSI e congelaram 2, por conta da resolução do CFM que estava em vigor.
Para minha surpresa e alegria todos os 8 óvulos fertilizaram.
Transferi um embrião somente (por escolha minha) com boa classificação em D3 a fresco. Dos 7 embriões que restaram, 5 chegaram a blastocistos de boa qualidade. Estava maravilhada com meu resultado. Não fiz biópsia de nenhum pois não tive indicação.
Nessa transferência tive uma possível gravidez química bem inicial. Cheguei a pegar um positivo bem fraquinho no exame de farmácia. Mas no 14o dia após transferência, fiz o beta e já estava negativo.
Comecei um preparo artificial em maio, e transferi um blasto 4BB e negativo…
Outro preparo artificial em agosto e outro blasto 4BB transferido e outro negativo.
Agora recentemente em novembro transferi um blastocisto 3AB, e aguardo o dia para fazer o beta hcg, com esperança de que dê certo dessa vez.
Nesse tempo já fiz vários exames: trombofilia, biópsia de endométrio para ver nk e endometrite, exames de sangue, e recentemente ressonância magnética de pelve. Nunca tenho nada que explique os negativos. Exames todos normais. A opção de transferir um por vez é minha, pois não quero gravidez gemelar.
Só me arrependo de não ter feito a biópsia embrionária, porque pode ser uma explicação para negativos. Mas nesse tratamento tudo é incerto. Temos que contar com Deus e com a sorte.