Em 2014, com 30 anos, decidimos engravidar. Parei a pílula e no primeiro mês não menstruei. Tinha certeza que estava gravida. Não estava. Por quase 1 ano minha menstruarão ficou super irregular, não menstruava por uns 50 dias, tomava remédio para menstruar. Uma bagunça!! Logo que comecei a tentar engravidar, comecei a procurar um obstetra que faria o meu parto. Passei por vários. Um deles falou que eu estava com cisto que teria que operar. Ignorei. Até que um dia fui em uma obstetra, Dr. Rosa Neme, no centro de endometriose em São Paulo. Lembro de entrar no consultório, sem nem saber o que era endometriose, pensando “espero que não pensem que tenho endometriose. Só estou aqui para fazer uma consulta para conhecer a médica”. A Dra. Rosa começou a fazer várias perguntas e de cara suspeitou que eu tinha endometriose, ate porque eu tinha vaaaarios sintomas, mas nenhum outro medico nunca tinha suspeitado. Ela fez o exame de toque e confirmou. Pediu para eu fazer os exames para confirmar e entender exatamente aonde eu tinha, se era profunda, etc.

Fiz os exames e ela confirmou que eu teria que fazer uma cirurgia. Falei com o médico de família e ele me falou “imagina!! você não precisa operar. Vai logo e faz uma FIV”. Na hora fiquei em choque, p*, triste, sem reação…!! Como assim FIV??? não preciso disso!!! Não conhecia ninguém que tinha feito. Resumindo, fiz a cirurgia na semana seguinte, e a Dra Rosa me disse que como eu tinha endometriose há muito tempo, e nas trompas, (também tinha no intestino, bexiga, ovários…) não tinha como saber se minhas trompas tinham perdido sua funcionalidade e que só saberíamos se eu tentasse engravidar naturalmente. A cirurgia não foi nenhum bicho de 7 cabeças mas lembro da frustração de entrar no hospital pensando “não queria estar entrando em uma cirurgia, o meu sonho era entrar aqui em uma sala de parto.. isso vai atrasar ainda mais os meus planos” (sempre fui a pessoa mais planejada e tudo sempre tinha dado muito certo).

Fiz a cirurgia e continuei tentando. Fazia também acupuntura, comia inhame, e cheguei a tomar uns remédios para ajudar na ovulação. Supostamente os primeiros meses são os mais fáceis, já que as trompas estão limpas. Nada. Não engravidei. Passou 1 ano e nada. Eu e o meu marido decidimos que não esperaríamos mais. Já estávamos nesse processo há 2 anos e meio. Pedi para a Dra. Rosa a indicação de um especialista em FIV. Ela falou que recomendava que eu ainda tentasse engravidar naturalmente mais um pouco, mas eu não quis. Fomos então no Dr. Pedro Monteleone e logo em seguida começamos o processo. Já estávamos no final de 2016 e fomos passar o réveillon no Rio com uns amigos. Lembro que a previsão de chuva era 1%. Planejada como sempre fui, queria saber a previsão para ver como íamos fazer caso chovesse já que estaríamos na praia. A meia noite e pouco começou a pingar. Na hora me emocionei e pensei “mesmo quando a chance e baixa, ainda pode acontecer. Eu vou conseguir engravidar!!”.

Voltamos para São Paulo e na primeira semana já comecei com os hormônios. Fiz a coleta de 7 óvulos e tivemos 4 embriões saudáveis. 3 dias depois estava a caminho da clinica e começou a chover, sabia que era um sinal! Implantei 1 embrião, al fresco. No nosso caso a recomendação foi de implantar somente 1 embrião. Fiquei de repouso 1 dia, comia 1 fatia de abacaxi por dia, e umas 5 physalis (dizem que ajuda na implantação). Alguns dias depois: POSITIVO!!! Estávamos grávidos do nosso 1º filho!!!!

Amamentei até os 9 meses, logo menstruei e começamos a tentar nosso 2º filho. Passaram-se 5 meses e nada. Decidimos que não iriamos sofrer mais, já tínhamos nossos embriões esperando. No dia que fomos implantar, descongelaram os 3 que ainda tínhamos. 1 não sobreviveu, 1 evoluiu pouco (ficaria em observação) e 1 estava bom! Implantaram o bom!! Comi abacaxi, physalis, tudo igual. Supersticiosa que sou, fui na implantação usando exatamente a mesma roupa!! Alguns dias depois: POSITIVO!!! Passaram mais alguns dias e tive muito sangramento e tinha certeza que tinha perdido nosso bebe. Foram alguns dias que acordei com muito sangramento. Tinha recebido também a notícia que o outro embrião não tinha evoluído, então fiquei bem insegura porque sabia que se alguma coisa acontecesse eu teria que fazer todo o processo de novo. Descobri que estava com um descolamento, fiz repouso e a gravidez seguiu até que tivemos nossa 2ª filha!! =)

Tiveram alguns fatores que acredito que tenham me ajudado nesse processo:
Entender que você não é a única passando por isso: Logo que comecei a considerar fazer FIV, conheci a irmã de um amigo, que estava passando por algo muito parecido. No fim ficamos super próximas e trocamos muito durante todo o processo!!! Acho que ter o apoio de alguém que já vivenciou ou está vivenciando, e entender que hoje FIV é muito comum, ajuda muito.

Gerenciar a ansiedade: A Dra Rosa me recomendou não contar nem para os meus pais que estávamos fazendo o processo para não gerar ansiedade. Quando contamos, mesmo com as melhoras das intenções, ficam perguntando como foi, como está, e isso pode atrapalhar a nossa ansiedade. Na 1ª gestação contamos somente com 9 semanas e na 2ª com 6 (já que eu estava de repouso).

Médicos: Eu recomendo demais a Dra Rosa como especialista de endometriose. Ela é uma excelente profissional!!!!Ela descobriu em minutos o que nenhum medico tinha nem suspeitado! E recomendo muito o Dr Pedro Monteleone. Ele é frio e seco, então não e alguém que vai te dar “colo”, mas ele é extremamente competente no que faz! Ele tem a própria clínica então todo o processo acontece ali. Ele que realizou o nosso grande sonho!

Fé: Acho que isso é o mais importante!! Não esqueço que depois da implantação o Dr Pedro falou “fizemos a nossa parte. Agora está na mão de Deus”.

Hoje eu falo abertamente de tudo o que passei. Quero que outras mulheres sintam que fazer FIV é normal e gosto de ser um exemplo de esperança de que um dia irão realizar este sonho de ser mãe. Acreditem!!